Reabertura da restauração. Quem está preparado?

08/05/2020

A 18 de maio está previsto a reabertura dos restaurantes, cafés e esplanadas, no entanto há muitos que já não devem abrir portas. Dificuldades financeiras inviabilizam a sua abertura, que obriga a muitas medidas de segurança, passando pela lotação do espaço que, em alguns casos torna insustentável a manutenção do negócio. Quem está preparado?

Segundo o plano de desconfinamento anunciado pelo Governo, os restaurantes, cafés e esplanadas podem reabrir a partir de dia 18 de maio, com a lotação limitada a 50% e o funcionamento permitido apenas até às 23h00. Do pouco que se sabe sobre as condições de abertura, ainda não foram anunciadas outras condições específicas, nomeadamente o Guia de Boas Práticas, que foi sugerido pela Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), mas que aguarda ainda validação da Direção-Geral da Saúde.

E, sendo que estamos a apenas 10 dias da anunciada reabertura dos restaurantes, a AHRESP afirma que o setor está “em desespero e sem recursos”, e fala, em comunicado, que 20% das empresas “não vão reabrir os seus estabelecimentos a 18 de maio”. O que está em causa, para lá das dificuldades financeiras, é a inviabilidade económica do negócio, motivada pela obrigatoriedade da lotação dos espaços a 50%.

Esplanadas, cafés e restaurantes reabrem a 18 de maio

Uma das constatações evidentes é falta de faturação por parte da maioria das empresas de alojamento e de restauração, que “não dispõe de quaisquer recursos para sustentar a atividade”, refere o comunicado, após um inquérito que a AHRESP realizou entre 30 de abril e 4 de maio, com 1.722 respostas válidas. À cabeça dos problemas está a ausência de faturação e de recursos, fazendo com que várias empresas não consigam pagar os salários a 30 de abril, ou só uma parte. Neste contexto há já quem pondere avançar para a insolvência, e muitas, que aguardam o apoio do Lay-off, pelo qual esperam ansiosamente. Caso este não venha atempadamente, admitem não conseguirem pagar os ordenados deste mês e mesmo manter a totalidade dos postos de trabalho até ao final do ano.

Este cenário apresenta-se bastante “negro”, até porque cerca de 80% das empresas do ramo estiveram encerradas e não tiveram qualquer faturação. Apenas os casos que mantiveram o serviço de take-away foram tentando equilibrar as finanças, e tentando mitigar a quebra nas receitas, que em alguns casos superam os 70%. Mas, foi preciso, em alguns casos a procura de alternativas para chegar aos clientes, reforçando stocks de embalagens e colocando funcionários noutras funções.

Desta forma, o setor da restauração vê-se na obrigação de se ter de reinventar para enfrentar esta nova normalidade, que a 18 de maio entra numa nova fase. Quem está preparado?

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