Perdi o emprego. E agora?

02/05/2020

Além de outros setores, a pandemia afetou em larga escala a economia mundial. Apesar das medidas de apoio às empresas anunciadas pelo governo, a verdade é que algumas não conseguem suportar os encargos financeiros até poderem receber esses apoios e optam por reduzir os custos com os colaboradores, quer seja pela não renovação de contratos, quer pela denúncia em período experimental. Se a situação já é exigente, muito mais difícil se torna quando perdemos a nossa fonte de rendimento, a qual nos garantia uma vida mais ou menos confortável. Afinal temos contas para pagar e uma família para sustentar.

Se está numa situação semelhante é normal que se sinta desprotegido, desesperado, assustado e sem esperança perante o futuro, uma vez que perder o emprego é uma experiência emocionalmente desgastante. Porém, pode encarar este momento como mais um desafio, como tantos outros que já foi ultrapassando ao longo da sua vida. Acredite que é capaz! Até porque é essa atitude de confiança que, na hora de se candidatar a um novo trabalho, poderá fazer a diferença.

Delinear um plano de procura de trabalho é uma opção que para ser bem-sucedida, requer que esteja tranquilo e no controlo das suas emoções. Às vezes quando estamos desesperados tendemos a não gerir bem o tempo e não organizar de forma eficaz a procura de emprego, por isso é que é importante estarmos concentrados e focados no que realmente queremos. Pode começar por aumentar o networking, ou seja, a sua rede de contactos, o que lhe permitirá partilhar a sua disponibilidade para um novo desafio profissional em formações ou eventos da sua área de formação nas quais participe, no contacto com alguns empresários que possa conhecer, ou tão simplesmente no “passa a palavra”. Para proceder à procura de oportunidades de emprego pode fazer pesquisas através das plataformas digitais (cada vez mais vagas são publicadas na internet), centros de emprego e enviar candidaturas espontâneas.

“Perder” tempo a valorizar o seu Curriculum Vitae pode traduzir-se num grande ganho. Tente criar um CV que se diferencie e que, ao mesmo tempo, seja organizado, direto e apelativo. Pode mostrar-se proativo e criar um projeto que evidencie as suas competências na área de procura, como por exemplo, um blogue ou alguma atividade de voluntariado. O tempo em que estiver desempregado pode também ser uma boa oportunidade para investir na sua formação, consolidando competências e conhecimentos, o que demonstra iniciativa e vontade de aprender e evoluir. O importante é que não pare e que se mantenha ativo procurando, sempre que possível, alguma fonte de rendimento, nem que seja um part-time ou algum trabalho fora da área que pretende. Não baixar os braços, “ir à luta”, demonstra vontade de trabalhar e humildade. Além disso, como a procura de emprego é, por vezes, um processo demorado, o ir aproveitando algumas oportunidades ajudá-lo-á a lidar com a frustração, a ansiedade e a desmotivação.

Assim que já estiver no terreno e for convocado para uma entrevista, convém preparar-se antes e pensar no tipo de perguntas que possam surgir, conhecer a empresa e a função à qual se candidata. Manter uma atitude confiante e mostrar-se seguro nas respostas ajudará a que o entrevistador fique com uma boa impressão de si.

Por conseguinte, se ficou recentemente sem emprego e tem um espírito empreendedor, talvez esta seja a oportunidade que lhe faltava para avançar com um projeto próprio. Neste caso não se esqueça de planificar cuidadosamente o que pretende desenvolver e calcular todos os riscos inerentes, para não ser apanhado de surpresa.

Como alguém um dia disse, “as pequenas oportunidades podem, muitas vezes, ser o começo de grandes empreendimentos”.