Oliveirenses pedem remunicipalização da água

10/10/2020

Um grupo de cidadãos de Oliveira de Azeméis realizou esta sexta-feira, 9 de outubro uma manifestação de contestação contra o que dizem ser “um péssimo serviço da Indaqua” no concelho. Entretanto estão já a preparar uma nova associação para a defesa dos serviços públicos dos concelhos de Oliveira de Azeméis, S. João da Madeira e Santa Maria da Feira.

O grupo Água Acessível Para Todos os Oliveirenses, organizou esta sexta-feira, 9 de outubro, uma manifestação, que começou em frente ao edifício da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, contra o que dizem ser “um péssimo serviço da Indaqua”. Ao final de tarde ontem, algumas dezenas de oliveirenses fizeram-se ouvir, nesta “batalha” que dizem estar a travar “contra os altos preços da água, saneamento e resíduos sólidos urbanos, contra a prepotência, a arrogância, as ameaças e as faltas de respeito pelos consumidores, contra os negócios pouco claros e contra este modelo de concessão, contra o silêncio do município, contra os constantes cortes de água sem aviso, os abusos nas estimativas e as multas nas faturas e contra a água mais cara da região”. No fundo o que pedem é que haja “um muito melhor serviço e a preços mais justos”, referem.

Paralelamente a esta manifestação, está também a ser criada uma nova associação, que envolve os concelhos de Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira e S. João da Madeira, e que tem por base as preocupações dos cidadãos destes três concelhos em relação a vários serviços atualmente atribuídos a privados, como o abastecimento de água, saneamento e, entre outros. Por entre as várias reivindicações está, também, a exigência da remunicipalização do abastecimento de água pública neste concelho.

Jorge Rocha, um dos membros deste “grupo cívico independente de oliveirenses que se juntou para dar voz ao descontentamento, ao alarme social gerado pela comunidade castigada”, refere que representam todos os munícipes, independentemente da sua cor política, e só têm como prioridade “a defesa determinada dos interesses da comunidade concelhia oliveirense, no uso, no acesso e na fruição da nossa água, que é um bem essencial à vida e à atividade económica”. Uma das exigências prioritárias passa pela “redução imediata do tarifário na água e saneamento e que seja regulada e adequada às condições económicas, atuais, das famílias oliveirenses”.

Remunicipalização da água, saneamento e resíduos uma das exigências dos manifestantes

Outra das lutas deste grupo passa também pela “remunicipalização da água, com o fim da concessão à empresa privada, cujos níveis de serviço são muito aquém do que seria desejável, em virtude das queixas constantes”. Falam ainda no reforço do investimento público na expansão e na qualidade da rede de distribuição e do saneamento do concelho, de forma a corrigir um problema que dizem ser de “décadas”, onde os responsáveis “são os políticos e as vítimas são os munícipes”.

Jorge Rocha fala ainda num problema ambiental, exigindo “o fim das descargas poluentes nos cursos de todos os rios do concelho, passando pelo reforço do município no apuramento das responsabilidades pelas ações contra o património ambiental e ecológico de todos os oliveirenses”, concluiu.

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