
O regresso do glamour de uma festa de casamento adiada
14/06/2020
Com a chegada do verão, o aumento do número de casamentos, comunhões e batizados costumava ser uma evidência. Aqui há um mundo que trabalha para a realização de um dia que se quer que seja memorável. São muitas pessoas, negócios e investimentos que estão em jogo, e que devido à pandemia do novo coronavírus ficou suspenso. Desde o mês de março que, quem tinha planos para casar teve de adiar. Mas o regresso tão desejado já começa a ser falado, apesar das muitas dúvidas, receios e condicionalismos.
Portugal começa a desconfinar e abrem-se as portas da economia gradualmente. Na Resolução do Conselho de Ministros (n.º 40-A/2020), do dia 30 de maio, as novas orientações referem a realização de casamentos, o que dá um novo alento aos profissionais do setor, que em alguns casos já começavam a perder a esperança. Contudo existem um conjunto de novas especificações da Direção Geral da Saúde (DGS) que alertam para o que é necessário para que haja o regresso, mas a uma nova normalidade. Com isto, ainda paira muita incerteza no ar.
Assim sendo, ainda não é possível voltar a celebrar os enlaces matrimoniais tal como conhecemos. Os tempos são diferentes e exigem novas medidas. No entanto, os casais podem voltar a comemorar a sua união e promessa de amor eterno seguindo as normas que já estão definidas, mas sujeitas a revisões e atualizações. No entanto, e perante aquilo que já há conhecimento, passam a ser permitidas as cerimónias, “desde que respeitem as orientações da Direção-Geral da Saúde, os eventos de natureza familiar, incluindo casamentos e batizados, as celebrações comunitárias das diversas confissões religiosas, eventos de natureza corporativa realizados em espaços adequados para o efeito, bem como eventos de natureza cultural”, pode ler-se no texto da Resolução do Conselho de Ministros. É, assim, permitido que os organizadores de casamentos possam guiar-se pelas regras de segurança e higiene aplicáveis ao setor da restauração.

E daquilo que já se conhece, é importante que seja cumprido a limitação do espaço a uma ocupação máxima de 0,05 pessoas por metro quadrado de área, com exceção dos estabelecimentos de prestação de serviços; a ocupação, no interior do estabelecimento, deve ser limitada a 50 % da respetiva capacidade; devem ser adotadas medidas que assegurem uma distância mínima de dois metros entre as pessoas, salvo orientação em contrário da DGS; proibição de situações de espera para atendimento no interior dos estabelecimentos; definição, sempre que possível, de circuitos específicos de entrada e saída nos estabelecimentos; a partir das 23h00, o espaço não poderá receber novas admissões; nas áreas de consumo de comidas e bebidas (food-courts), deve-se organizar o espaço de forma a evitar aglomerações de pessoas e a respeitar, com as devidas adaptações, as orientações da DGS para o setor da restauração.
Regras de higiene
No que diz respeito às regras de higiene pessoal e dos espaços comuns, também existem várias novidades. Devem ser promovidas a limpeza e desinfeção diárias e periódicas dos espaços, equipamentos, objetos e superfícies, com os quais haja um contacto; os espaços devem promover a limpeza e desinfeção, após cada utilização ou interação, de equipamentos, objetos, superfícies, produtos e utensílios de contacto direto com os convidados e noivos; os espaços devem disponibilizar desinfetantes cutâneas para os trabalhadores e clientes em todas as entradas e saídas dos estabelecimentos, assim como no seu interior, em localizações adequadas para desinfeção.

Apesar da Resolução do Conselho de Ministros esclarecer que os casamentos que cumpram as restrições mencionadas já podem ser celebrados, o comunicado emitido reforça que a DGS continua a estudar a situação e deverá anunciar em breve outras medidas específicas para casamentos e outros eventos de natureza familiar, numa constante atualização.
Para já, e desde o dia 1 de junho, com a abertura da maioria das atividades, como espaços com mais de 400 m2, desde que sejam mantidas sempre as medidas adequadas de segurança e a distância social mínima, acredita-se que os casamentos poderão ser realizados com um maior número de convidados, mas o limite ainda não está especificado, bem como outras medidas mais exclusivas. Assim, através de medidas que afetam outros setores próximos ao setor nupcial, podemos perceber como cada etapa e as suas respetivas medidas vão influenciar a viabilidade dos casamentos. Desta forma, a esperança para recuperar um pouco do que já foi perdido por todos os intervenientes nesta área de negócio, deixa os profissionais um pouco mais confiantes em relação ao futuro. E, assim, abrem-se as perspetivas para o regresso do glamour de uma festa de casamento adiada.