
Loja de confeções de S. João da Madeira ofereceu 200 máscaras a quem por lá passou
10/04/2020
Uma loja de confeções na Praça Luís Ribeiro, em S. João da Madeira, abriu a porta esta quinta-feira, 9 de abril, durante uma hora, exclusivamente para oferecer máscaras a quem passava. Segundo Alzira Fontes, proprietária da Gilmoda, foram 200 máscaras que foram oferecidas, com o objetivo de minimizar o risco de transmissão do coronavírus.
Esta quinta-feira, 9 de abril, primeiro dia em que o confinamento dos portugueses se limita ao seu concelho de residência, a proprietária de uma loja de confeções situada na Praça Luís Ribeiro, em S. João da Madeira, abriu portas, especialmente durante uma hora, para oferecer 200 máscaras, compradas por si, a quem passou pela loja. Sem nunca abrir ao público o acesso ao interior da loja, a proprietária distribuiu as máscara para surpresa dos transeuntes, que agradeceram o gesto. Alzira Fontes garantiu que esta ação não teve a intenção de fazer publicidade ao seu espaço comercial, mas sim dar um contributo para a segurança e proteção de todos aqueles que precisam de circular e deslocarem-se a espaços públicos.
A Gilmoda, é um espaço comercial situado no coração da cidade, e numa zona com algum comércio aberto ao público, como supermercado, farmácia, bancos e tabacarias, “e eu apercebia-me que todos os dias haviam pessoas nas filas de acesso à farmácia ou ao supermercado sem qualquer tipo de proteção, e isso criava-me alguma confusão e preocupação”, referiu a proprietária da loja.

Alzira Fontes é casada com Gil Ribeiro, que devido à sua profissão de advogado, contactava diariamente com muitas pessoas em tribunais e penitenciárias, e desde logo o sensibilizou para o perigo que era o contacto social sem a máscara. Com a dificuldade na aquisição deste material que estava a acontecer no mercado, avançou para esta ação, muito devido à facilidade que tem havido em adquiri-lo, ao mesmo tempo que diz ter sensibilizado as pessoas para o uso de máscara. E, já antes desta oferta efetuada ontem, Gil Ribeiro ia fazendo oferta a pessoas amigas e conhecidas com que se cruzava, bem como foram das primeiras lojas a encerrar ao público, ainda antes da obrigatoriedade motivada pelo Estado de Emergência, porque “nós tínhamos a noção da gravidade da situação”, referiu.
Numa altura em que se discute o uso obrigatório ou não das máscaras em espaço público, Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, confirmou que serão emitidas brevemente novas orientações relativamente ao uso de máscaras de proteção para o combate à Covid-19. Graça Freitas lembrou ainda que Portugal tem-se mantido alinhado com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) – que, recentemente, solicitou um parecer ao Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças, o qual aconselhou o uso generalizado de máscara, contrariando a posição até aí defendida pela OMS. Tendo em conta os novos pareceres e recomendações de índole científica, a DGS irá lançar uma orientação revista, mas sempre adaptada à realidade portuguesa. Assim, este gesto dos proprietários da Gilmoda vem ao encontro de uma cada vez maior necessidade da aquisição de máscaras, e foi visto como um ato de generosidade, bem recebido pelos sanjoanenses, que na manhã de ontem beneficiaram deste ação de boa vontade.