Bloco quer explicações sobre transferência de oncologia do S. Sebastião para privado

23/04/2020

O Bloco de Esquerda quer explicações do Governo sobre a alegada transferência de uma unidade de oncologia do Hospital S. Sebastião, em Santa Maria da Feira, integrado no Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga (CHEDV), para um centro médico privado. Segundo os responsáveis do partido, esta alteração acontecerá a partir de amanhã, dia 20 de abril, para a Lenitudes Medical Center & Research, localizado em Santa Maria da Feira.

Segundo os deputados bloquistas Moisés Ferreira e Nelson Peralta o hospital de dia de oncologia do Hospital S. Sebastião irá ser transferido a partir de segunda-feira, 20 de abril, para um centro médico privado localizado em Santa Maria da Feira. Esta unidade está integrado no Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga (CHEDV), que inclui ainda os hospitais de S. João da Madeira e Oliveira de Azeméis.

“Os profissionais de saúde do CHEDV foram informados que passarão a prestar serviço nas instalações da Lenitudes e para o mesmo terão sido transferidos também cadeirões de tratamento e outros materiais do SNS. A intenção será que se passe a desenvolver neste centro privado as atividades do hospital de dia de oncologia que antes aconteciam no Hospital S. Sebastião”, referem os deputados.

Moisés Ferreira e Nelson Peralta, querem saber quem tomou esta decisão e com que fundamentos, sendo pedidas explicações por parte da Administração do CHEDV e por parte do Ministério da Saúde, nomeadamente. Se o Ministério tinha conhecimento desta decisão e se concorda com esta transferência de profissionais, materiais e funções do SNS para o privado. E, quanto custará tal transferência ao SNS e porque razão não se opta por investir no CHEDV em vez de transferir funções para um centro clínico privado?”, questionam.

O Bloco refere ainda que já em maio de 2018 havia alertado o Governo para a necessidade de efetivar o investimento numa câmara de fluxo laminar para o CHEDV, de forma a garantir a correta preparação dos medicamentos para doentes oncológicos seguidos pelo centro hospitalar.

O Bloco de Esquerda lembra, na questão que dirigiu ao Governo, que o SNS “tem sido capaz de responder a uma epidemia que em muitos países fez colapsar os sistemas de saúde, mesmo quando o setor privado encerrou portas ou se recusou a colaborar para prestar cuidados à população”. E, acrescentaram que o SNS conseguiu manter a resposta e, com a ajuda de toda a população, manter a epidemia controlada. “Agora é o tempo de se retomar atividade programada que foi adiada e é tempo de combater a lista de espera que já existia”, referem os bloquistas que garantem que o SNS estará verdadeiramente à altura de tal desafio. “Para isso necessitará de reforço de meios, como é óbvio. Não necessita é que os seus meios sejam transferidos para outras entidades e que o seu orçamento seja desviado para centros médicos privados”, concluem.

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