16/03/2021
Os “Dias do Burgo” vão transportar o centro histórico de Santa Maria da Feira até à época Medieval. Esta é uma realidade que os feirenses conhecem bem, depois de 25 anos de recriações históricas, que tem como auge a Viagem Medieval, e que agora terá um evento complementar. A partir de 10 de junho, e em todos os fins de semana, o centro histórico e o Castelo serão palco para uma viagem até à Idade Média, num evento que é “filho da pandemia”.
A partir de 10 de junho, e em todos os fins de semana, o centro histórico de Santa Maria da Feira e o Castelo vão receber a visita do rei D. Afonso Henriques, Chamoa Gomes, de cavaleiros, cortejos medievais, e vai ouvir-se o rufar dos tambores, entre muitos outros espetáculos, que envolverão dezenas de figurantes, todos eles ligados ao associativismo local. “O movimento associativo é o parceiro privilegiado da autarquia”, enalteceu Emídio Sousa, presidente da Câmara, lembrando que este evento será dirigido às famílias. “Queremos atrair os visitantes durante dois ou três dias, potenciando a oferta hoteleira da região” referiu o edil, que vê também aqui uma oportunidade para promover outros espaços de visita que existem no concelho, como os equipamentos culturais e turísticos.
Todos os sábados, a partir das 14h00, as ruas do centro histórica vão fechar-se ao trânsito automóvel e nascem os “Dias do Burgo”, que serão um complemento à recriação histórica que o concelho já realiza há 25 anos, a Viagem Medieval. Este novo projeto da Câmara Municipal e da Empresa Municipal Feira Viva, surge para combater a “sazonalidade da visitação ao território, para potenciar os recursos endógenos materiais e imateriais, e para alavancar a dinâmica económica”, referiu Paulo Sérgio Pais, diretor da Feira Viva que adiantou tratar-se de um projeto que é “filho da pandemia”.
O comércio local, um dos principais parceiros do evento, associa-se com a sua já longa experiência na arte de bem receber os seus convidados. Assim, o centro histórico, ou “Burgo da Vila”, será alvo de uma intervenção que tem como intenção transformar esta zona com a substituição de bancos de jardim, floreiras, iluminação, sinalética e o Parque Infantil da Quinta do Castelo, tornando tudo mais medieval.
A juntar a todo este cenário, a restauração e todo o comércio local irão abraçar o projeto, e os seus funcionários trajarão a rigor, ajudando os visitantes a viajarem no tempo. Desta forma, será proporcionada uma “experiência intimista”, substituindo os espetáculos de grande formato, e em momentos muito diversificados, frisou Paulo Sérgio Pais.
A Quinta do Castelo, recentemente intervencionada, a Igreja Matriz e o Museu Convento dos Lóios serão também palcos da iniciativa que poderá ter como ponto alto o período da Viagem Medieval, caso está venha a ter “luz verde” para a sua realização. Haverá reuniões futuras para definir esse propósito que estará sempre dependente da evolução da pandemia. Emídio Sousa disso não estar ainda em condições para confirmar qualquer decisão.
Evento pode vir a ser autossustentável ao fim de três anos
O investimento no primeiro ano deverá atingir os 200 mil euros, mas a previsão é que chegue aos 750 mil euros ao fim de três anos, altura em que o autarca feirense diz esperar alcançar a autossustentabilidade do projeto. A ideia é que possa vir a ser cobrada entrada para os espetáculos a decorrer no interior do Castelo e da Quinta do Castelo. Entretanto, ficou a garantia de que os feirenses terão entrada gratuita.
Emídio Sousa assegurou ainda que este projeto tem como objetivo ter “100 mil visitantes ano” e não as multidões da Viagem Medieval. A ideia foi confirmada por Paulo Sérgio Pais, que referiu que “não queremos milhares de pessoas, queremos algumas pessoas durante o fim-de-semana, numa experiência de proximidade”.
O diretor da Feira Viva deixou ainda a garantia de que “o projeto só tem sustentabilidade se tiver qualidade”, mas sustentado na experiência adquirida ao longo de 25 anos. “Não podemos defraudar todos aqueles que venham visitar a Feira”, concluiu.
Estão a chegar a Santa Maria da Feira os “Dias do Burgo”
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