13/09/2020
Número de casos positivos de Covid-19 tem vindo a aumentar na região. Em vários concelhos, a informação fornecido pelas autarquias permite-nos saber, ao momento, o número de casos ativos. No entanto, em alguns concelhos a informação que está a ser disponibilizada limita-se a ao número de casos confirmados e em vigilância, algo que tem vindo a ser contestado por diversos munícipes e por alguns vereadores da oposição. S. João da Madeira e Oliveira de Azeméis são dois dos concelhos das Terras de Santa Maria que optou por esta via, justificando a opção com base nos dados fornecidos pela Autoridade de Saúde Local.
O número de casos positivos com Covid-19 tem vindo a aumentar de forma substancial na região das Terras de Santa Maria. O concelho de Arouca é, neste momento, a zona onde se concentra o maior número de infetados, com 219 casos ativos. Mas, S. João da Madeira e Oliveira de Azeméis também têm vindo a assistir a um aumento do número de casos, apesar da informação disponibilizada continuar a criar algumas dúvidas nos munícipes e mesmo nos vereadores da oposição. No caso de S. João da Madeira, Paulo Cavaleiro, da coligação PSD/CDS-PP, já abordou o tema em reunião de Câmara, e diz não entender a razão para a não disponibilização dos dados.
Segundo a página do Facebook da Câmara Municipal de S. João da Madeira, este domingo, 13 de setembro, foram divulgados 110 casos confirmados e 48 casos em vigilância. Segundo a autarquia, esta informação é com base nos dados da Autoridade de Saúde Local. No entanto, ao analisarmos a informação disponibilizada, aquilo que verificamos é que se trata do número total de casos positivos, desde o início do mês de março, não se sabendo quantos é que já recuperaram, nem quantos é que faleceram.

Apesar das várias críticas que se podem ler na página da autarquia, e depois do vereador Paulo Cavaleiro já também ter abordado o tema em reunião de Câmara Municipal, as publicações diárias continua a ser da mesma forma, acompanhadas pela justificação de que “a informação disponibilizada poderá apresentar algumas discrepâncias relativamente ao boletim epidemiológico emitido diariamente pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), justificadas pela metodologia aplicada na recolha e validação da informação ao nível local, nomeadamente a existência de diversas fontes formais e informais, e pela necessidade de validação dessa informação a nível regional e nacional”.
Esta justificação não agrada à oposição que diz que esta forma “não ajuda as pessoas a perceberem se há ou não novos casos, nem qual o número de doentes recuperados”. O vereador Paulo Cavaleiro diz já ter alertado, em reunião de Câmara para este facto, “pois não percebo o porquê de se estar a ocultar esse tipo de informação, com base numa argumentação, que outros concelhos não seguem”, aponta. O vereador da oposição acredita que “quanto mais transparência na informação, melhor será na ajuda ao combate à doença. Até porque, nesta altura já se fala numa possível segunda vaga, e toda a informação é importante para ajudar a sensibilizar as pessoas para terem cuidados redobrados”, assegura.

No entanto, este domingo, a forma de transmitir a informação manteve-se e para tentarmos perceber o número real de casos positivos, fomos obrigados a recuar até à publicação de 1 de setembro, para tentar perceber, aproximadamente o número de casos ativos. E, segundo a autarquia de S. João da Madeira, no início do mês haviam 95 casos confirmados, o que leva a deduzir que neste momento haverão, pelo menos 15 casos ativos no concelho.
Já no caso de Oliveira de Azeméis, a 1 de setembro haviam 265 casos confirmados e 85 casos em vigilância. Este sábdo, a autarquia oliveirense anunciava na sua página que há 290 casos confirmados e 75 em vigilância. Assim sendo, há pelo menos 25 casos ativos no concelho. Aqui, a oposição também se fez ouvir nesta questão, com o PSD a dizer que “a informação clara e precisa é importante para tranquilizar os oliveirenses e é fundamental para um combate eficaz à propagação do vírus. Não pode haver ocultação de informação”, alertam.