Sem recolha ao domingo acumulação de lixo nos contentores gera discórdia

04/09/2020

A recolha de lixo em S. João da Madeira tem sido motivo de discussão política nas reuniões da Câmara Municipal. O fim da recolha ao domingo, uma opção que o executivo alega como sendo ambiental, não tem sido vista com bons olhos por parte da oposição, que critica o facto de agora a cidade transmitir uma imagem pouco abonatória, com contentores de lixo a transbordar, “algo a que os Sanjoanenses não estavam habituados”, assegura Paulo Cavaleiro.

A Câmara implementou uma nova forma na recolha do lixo. Ao fim-de-semana acontece no sábado de manhã, e depois só volta a acontecer na segunda-feira de manhã. Como ao domingo não se verifica, passam a ser 48 horas de diferença entra as recolhas. Paulo Cavaleiro, vereador da coligação PSD/CDS-PP, relembrou na última reunião da Câmara Municipal, que esta é uma realidade que está a acontecer na cidade, mas que, apesar do executivo alegar tratar-se de uma opção ambiental, “a verdade dos factos diz-nos que não está a correr bem”, constatou. Segundo o vereador, “não adianta andarmos com muito cuidado a desinfetar tudo no período do confinamento e agora termos aqui um problema, sobretudo ao fim-de-semana”, referiu.

“Acredito que é preciso sensibilizar e informar as pessoas, se calhar até fazê-lo porta a porta, mas é preciso tomar iniciativa, pelo menos para resolver o problema a curto prazo”, alertou Paulo Cavaleiro. E vai mais longe ao afirmar que o que está a acontecer de momento “é algo que os Sanjoanenses não estavam habituados”. Segundo o vereador da oposição, “fazemos um período de adaptação, um período de trabalho, mas se as coisas persistem, temos de tomar medidas para que o problema possa ser atenuado”, alertou.

Nesse sentido é da opinião de que se há um aumento da recolha seletiva para a maioria do território, “esse problema ficará certamente muito dissimulado”, assegura. No entanto, lembra que, “nesta fase isso ainda não acontece, e portanto, acho que essa é uma matéria importante que a Câmara deve dar a atenção que merece. Atualmente não está a dar uma boa imagem da nossa cidade, uma cidade limpa. Acho que a Câmara já teve tempo para agir nesta matéria”, apontou.

Contentor junto ao Bairro do Orreiro

Por seu turno, José Nuno Vieira, vice-presidente da Câmara Municipal, refutou os argumentos do vereador da coligação, afirmando que o problema passa “pela incorreta deposição dos resíduos”, apontando o facto de que “veem-se contentores vazios com sacos depositados no chão”, algo que diz ser de difícil resolução. O vice-presidente lembra ainda que “há mais de 500 contentores na cidade”, desvalorizando as imagens apresentados por Paulo Cavaleiro, argumentando que esses cenários só se verificam “em quatro, cinco ou seis contentores”, até porque garante que “temos registos que indicam que ao domingo os valores da recolha eram muito baixos”, garante.

José Nuno Vieira garante não se tratar de uma opção financeira subjacente, mas sim “é um critério ambiental”. Na sua intervenção aproveitou ainda para criticar a posição da coligação, que tem vindo a divulgar imagens do estado dos contentores ao domingo, em vários pontos da cidade, considerando que estes deveriam ter aproveitando para sensibilizar as pessoas para a correta deposição do lixo. A argumentação de José Nuno foi corroborada pelo presidente da Câmara, que afirmou que “não é justo dizer que a cidade não é limpa”, bem com criticou a posição da coligação, conotando-a de “aproveitamento político”.

Contentor na Avenida da Liberdade

Em resposta, Paulo Cavaleiro não deixou de concordar com o caminho traçado, recordando ter sido ele a avançar com esta opção, no entanto, lembrou que “é preciso fazer uma avaliação ao processo, já que ele está em vigor há muito tempo”. O vereador aproveitou ainda para lembrar que foi o executivo, do qual fez parte, que colocou contentores em todas as salas de aulas, criamos o comércio verde, que na altura era um projeto inovador, criamos o Ecocentro, que hoje está ao serviço da comunidade, e permite que a Câmara tenha hoje um serviço diferente daquele que tinha no passado, nasceu a Cidade no Jardim tivemos uma grande preocupação com a recolhe de verdes, todas as escolas passaram a ser Eco-Escolas, concurso de resíduos, passou a haver aqui um trabalho nesta área de toda a gente. Estou de consciência tranquila nesta matéria, mas não vale a.pena assobiarmos para o lado. Não tem a ver com o objetivo final, mas com a forma de como se faz”, lembrando ainda que o problema acontece, sobretudo, em zona onde não há recolha seletiva.

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