Desfibrilhador chega por drone nas praias de Espinho

15/08/2020

Espinho testa drone nas praias para acudir a vitimas com paragens cardíacas. Em caso de urgência cardiorrespiratória, o drone é acionado com recurso a uma app. O aparelho leva depois até ao local da ocorrência a caixa com o desfibrilhador automático externo (DAE). Após o alerta são cerca de três minutos o tempo que demora a chegar a assistência.

O município de Espinho testou esta semana apoio para acudir vítimas de paragem cardíaca. A Praia de Paramos foi o palco para apresentação nacional de projeto-piloto de socorro por “drone” a vítimas de paragem cardiorrespiratória nas praias. O consórcio cívico-empresarial entre as empresas Ocean Medical, HP Drones e Inovcorp, e o movimento “Salvar Mais Vidas” pretendem implementar o serviço já no verão de 2021.

Nesta simulação que decorreu no passado dia 12 de agosto, o nadador-salvador usou a app instalada no seu telemóvel para acionar o pedido de ajuda, ao deparar-se com um banhista em paragem cardiorrespiratória. Com esta gesto ativou o envio do “drone” que, disponível a três quilómetros de distância, percorreu a distância entre as duas praias a cerca de 100 quilómetros por hora.

Entre o pedido de ajuda e a chegada do drone passaram cerca de três minutos. No local, sobrevoou a vítima, perante a localização geográfica indicada pela “app” e, a 20 metros de altura, fez descer até ao socorrista a mala com o DAE, através de um guincho de aço apto a aguentar com os cerca de cinco quilos desse dispositivo médico.

Drone com desfibrilhador

Em simultâneo, o alerta emitido através da “app” também ativou automaticamente o serviço de emergência 112, pelo que, pouco depois de o nadador-salvador começar a aplicar os choques elétricos no manequim-vítima usado na simulação, chegaram igualmente à praia dois operacionais dos Bombeiros Voluntários do Concelho de Espinho, um por mar, em moto-de-água, e outro pelo areal, em moto-4.

Gabriel Boavida, Presidente do movimento cívico “Salvar Mais vidas”, defendeu que essa rapidez de ação é a maior vantagem do projeto, considerando que “a paragem cardiorrespiratória súbita é a principal causa de morte em Portugal fora do meio hospitalar”, representando cerca de 10.000 óbitos por ano – o que reflete uma taxa de sobrevivência “que ronda os 3%”.

Pedro Louro, Coordenador Municipal Proteção Civil e responsável pelo dispositivo de socorro instalado em toda a orla costeira de Espinho, reforça a ideia de que “a mais-valia destes equipamentos [aéreos] está muito associada ao tempo de resposta para intervenção”, reduzindo o período decorrido “desde a paragem cardiorrespiratória até à assistência à vítima”.

Segundo Marco Castro, diretor-geral da Ocean Medical e porta-voz do consórcio, a escolha de Espinho para arranque da experiência-piloto foi “natural”. “Espinho foi o primeiro município a mostrar interesse neste serviço e já é um exemplo em termos de dispositivo de socorro nas praias, pelo que fazia todo o sentido que lançássemos aqui o projeto, que não é inovador em termos de recurso a ‘drones’ para salvamento, mas é pioneiro a acionar os socorristas”.

Leave a Reply