22/05/2020
Foi criada, esta semana, uma petição dirigida ao presidente da Câmara Municipal, empresários e entidades de S. João da Madeira, a apelar para que todos juntos possam ajudar a realizar o sonho da participação europeia da equipa de hóquei em patins da Sanjoanense. Esta sexta-feira ao final da manhã já tinham assinado a petição perto de 350 pessoas.
A época do hóquei em patins terminou mais cedo do que o esperado, mas com ela trouxe a novidade do apuramento da Sanjoanense para as competições europeias, meta que inicialmente não estava nos objetivos do clube. Com a recente subida ao primeiro escalão, os dirigentes entraram para o campeonato com os olhos postos no objetivo da manutenção, que se veio a confirmar, por mérito da equipa, mas com o passar das jornadas que ficaria muito aquém do que realmente foi alcançado. No entanto, a realização deste sonho é já uma assumida dificuldade por parte da direção, que admitiu que gostaria de ver realizada essa pretensão, mas que dificilmente o conseguirá se não houver ajudas externas.
Na sequência desse assumir de dificuldades financeiras e do apelo lançado pela direção, um grupo de apoiantes e amantes da modalidade e do clube criaram uma petição, dirigida ao presidente da Câmara Municipal, empresários e entidades de S. João da Madeira, intitulada “AD Sanjoanense – Hóquei na Europa!”

No texto da petição pode ler-se que o hóquei em patins da Associação Desportiva Sanjoanense é a modalidade que mais adeptos e espectadores movimenta em S. João da Madeira, entre 1000 a 1800 pessoas por jogo, quando o pavilhão enche, que é conhecida por ser a cidade do hóquei em patins, pelo seu historial, onde se inclui um título Europeu, pelo facto de ser a única equipa no primeiro escalão, levando o nome da cidade mais longe.

Nesse sentido, apelam a toda a comunidade, incluindo o presidente da Câmara Municipal, os empresários, o presidente da clube, Luís Vargas
e ao vice-presidente para o hóquei em patins, Pedro Ribeiro, os sócios e adeptos em geral, para que sejam sensíveis a todos os argumentos apresentados, mesmo tendo a consciência de que “o país e o mundo estão a atravessar uma crise nunca antes vista e cujas proporções prometem ser ainda piores nos próximos tempos”, e onde entendem que “o desporto é, neste momento, uma das menores preocupações”.
No entanto, apelam à paixão que dizem existir pelo hóquei em patins na cidade, e lembram o facto de a Sanjoanense estar apurada para uma competição europeia quase 30 anos depois da última participação. “Queremos viver um sonho e somos muitos a querer viver este sonho, mas o clube precisa de apoios para viver este sonho, mesmo que ele seja efémero, mas em tempos tão sombrios devemos agarrar-nos ao pouco que ainda nos dá alegria e acreditem que o hóquei da ADS, esta raça de sapateiro que nos caracteriza, traz alegria a milhares de sanjoanenses”, referem.
Conscientes de que “não estamos no direito de pedir nada, mas atendendo, e falando muito particularmente no caso da autarquia, que a mesma disponibilizou apoios financeiros recentes a outras entidades, como o futebol SAD da AD Sanjoanense ou adiantou 50 por cento do apoio previsto à Associação AndebolMania, cremos que não podem existir dois pesos e duas medidas! Muito menos quando o prémio de campeão da II Divisão foram míseros 500 euros”, afirmam. Acrescentando ainda que uma participação europeia poderá trazer visibilidade e retorno para a cidade. “Apoiar o hóquei em patins da Sanjoanense é apoiar S. João da Madeira”, afirmam, sensíveis ao facto dos tempos não serem fáceis e as prioridades são outras. Contudo, “o orçamento camarário também prevê apoios para o desporto, e a Sanjoanense merece este apoio”.

À indústria da cidade, deixam também uma palavra, tendo a consciência de que também “não temos o direito de vos pedir nada”. Mas, apelam às empresas que possam ter sido pouco ou nada afetadas pela pandemia, para que possam apoiar o clube, dentro do possível, a concretizar este sonho. Em relação aos sócios, pedem que também se unam em torno deste sonho e que “no mínimo assinem esta petição para que possa chegar a quem de direito”.
Por último, dirigem-se ao presidente e vice-presidente do clube, pedindo para que “não tenham vergonha de lutar pelo nosso sonho. Sabemos que pedir apoios às empresas nesta fase é quase um sacrilégio, mas sabemos também que se uma empresa não puder dar 100, mas quiser apoiar com 10, então que assim seja e que continuemos a lutar por este sonho”. E concluem o texto da petição referindo que “podemos, no fim de contas, não ter condições para concretizarmos o sonho, mas lutemos por ele”.
Os interessados podem conhecer ao pormenor a petição pública em: https://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT100109&fbclid=IwAR27F79iUH40tN5hM9zrTP-JdAIPDAJWROdw8_DGJk_MypprBj1uXejzqT0