07/03/2023
A Semana Santa em Santa Maria da Feira arrancou no passado dia 26 de fevereiro e prolonga-se até 29 de abril. Este ano, e a convite do Grupo Gólgota, o Museu de Lamas é parte integrante da programação oficial que, naquela que é uma das suas maiores edições, vai marcar o quotidiano cultural e religioso do município feirense.
Imbuído do espírito quaresmal, partindo de alguns conjuntos ou peças individuais da sua vasta coleção de arte sacra, o Museu de Lamas, singular no território concelhio, na região norte e no próprio país, estabeleceu um percurso interpretativo capaz de proporcionar ao público-geral alguns conhecimentos efetivos acerca da evolução artística ocorrida em Portugal, no que à representação de Jesus Cristo e aos episódios mais preponderantes da sua “Paixão, Morte e Ressurreição” diz respeito.
“Escarnecida, crucificada, prostrada ou triunfante, a figura de Cristo domina, em número e variedade estilística na sua abordagem, a arte religiosa de expressão global. Devedora do próprio contexto internacional, ao longo dos séculos e, por conseguinte, no desenrolar dos diferentes períodos da História de Arte, a produção portuguesa não fugiu a essa mesma regra”, referem os responsáveis do museu. EO país é rico em exemplares do crucificado e da sua “Via sacra”, dispersando pelas mais diversas interpretações, seja pela via medieval, moderna ou contemporânea. E é precisamente essa “viagem” pelas diferentes formas de representar Jesus e os momentos-chave da sua vida ao longo de três das ditas “Idades do Homem” que este Roteiro propõe.

Tendo como coeficiente final 35 objetos selecionados a partir de um universo com potencialidade para se apresentar ainda mais vasto (apesar de se restringir apenas a peças das 6 primeiras salas deste Museu), no percurso temático ´Da Paixão ao Calvário`, saltam à vista, entre outras obras de grande valia histórica e artística: um “Tríptico medieval”, de sécs. XIII ou XIV; uma Tela de “Cristo atado à coluna” dos finais do séc. XVI; uma “Cruz Jesuíta”, de Goa e dos sécs. XVI a XVIII; a estampa da “Última Ceia” (em mesa circular), de um Missal de 1797; algumas “Crucificações simbólicas / Dramas do Calvário” de sécs. XVII, XVIII e XIX. Ou, por fim, como um dos corolários deste roteiro, os 14 painéis, congruentes às 14 estações de uma “Via Sacra” da 2.ª metade do séc. XVIII.

Este mesmo percurso interpretativo ou roteiro temático de visita, do qual cada um poderá usufruir individualmente, num contexto coletivo, em visita livre ou orientada requer uma marcação prévia obrigatória e apenas para grupos superiores a 10 participantes, estando disponível até 8 de abril. Diariamente, no horário de funcionamento do Museu (09h30-12h30/ 14h00-17h30), e mediante a seguinte bilhética: 4€ adulto e 3€ estudantes ou seniores.
Para mais informações sobre a exposição veja aqui: http://www.semanasanta.pt/events-page/exposicao-de-arte-sacra/