29/05/2021
O Imaginarius – Festival Internacional de Teatro de Rua, de Santa Maria da Feira arrancou esta quinta-feira, 27 de maio. Com o tema “O Mito e a Marca”, será uma edição na sua maioria online, mas haverá alguns espetáculos presenciais. Na abertura do festival, que decorreu na Quinta do Castelo, o presidente da Câmara, Emídio Sousa, referiu que este “é um dia muito especial e marcante para a retoma, apesar de ainda ser condicionada”, depois de ter visto cancelada a edição de 2020.
A abertura da edição de 2021 do Imaginarius – Festival Internacional de Teatro de Rua, de Santa Maria da Feira, que decorreu na Quinta do Castelo, esteve a cargo do presidente da edilidade, Emídio Sousa, que elogiou toda a equipa que tornou possível a organização da edição deste ano, num dia que considerou ser “muito especial e marcante para a retoma, apesar de ainda ser condicionada”. A edição de 2021 junta os temas “Mito e Marca”, numa altura em que se celebram 20 anos do festival.
Gil Ferreira, vereador da Cultura e diretor executivo do festival, lembra que a edição deste ano conta com 171 artistas, oriundos de cinco nacionalidades, contando com nove estreias absolutas, das quais sete são criações Imaginarius. “Hoje é talvez um dos dias mais felizes da minha vida, porque na abertura desta primeira etapa do Imaginarius , ela cumpre fundamentalmente a sua missão, que é a de reunir pessoas”, referiu o vereador.
A abertura do evento contou com os autores das duas instalações artísticas expostas na Quinta do Castelo – “Despojos da Torre de Babel” , da jornalista Alexandra Couto e do fotógrafo Paulo Pimenta, e “O Cubo”, de Elisabete Sousa e Diogo Martins, que estarão patentes até 30 de maio. As duas instalações interativas exploram o tema desta edição do Imaginarius – “O Mito e A Marca” – para ganhar forma. “Despojos da Torre de Babel”, parte do “Mito” sobre a origem das diferentes línguas do mundo para dar a conhecer a comunidade migrante de Santa Maria da Feira, afirmando a palavra como matéria estética de particular potencial para a paisagem urbana. “O Cubo”, exalta a “Marca” Imaginarius para despertar no público as memórias visuais e sonoras que o festival foi deixando ao longo dos seus 20 anos.
Alexandra Couto foi a anfitriã da visita aos “Despojos da Torre de Babel”, lembrando o facto de ser jornalista e ter sempre trabalhado com as palavras. “Foi daí que partiu a ideia quando me candidatei a uma bolsa do festival: porque não usar as palavras como arte pública? Porque não assumi-las na paisagem?”, questionou a jornalista. Como o tema proposto pelo festival era o mito, diz ter escolhido o da Torre de Babel, que recorda ter sido a primeira tentativa de explicar como surgiram no mundo tantas línguas diferentes e que “eu considero particularmente interessante pelo que revela dos amuos e birras de Deus. Faltava relacionar essas duas perspetivas com a utilidade pública, com uma missão social de que todos pudessem beneficiar, e foi assim que surgiram no projeto os migrantes que deixaram outros países e decidiram viver em Santa Maria da Feira”, A acompanhá-la nesta aventura está o fotógrafo Paulo Pimenta que diz ter sido uma “tremenda descoberta”, porque “fomos conhecer quem nos abriu a porta e o coração, aprendemos um bocadinho dos seus idiomas nativos e rendemo-nos às suas histórias pessoais de resistência, superação, tolerância e coragem. Para nós, foi uma lição de humildade”, referiu.
A entrada para a visita é gratuita, mas terá de fazer marcação, e até domingo, sempre de telemóvel na mão poderá interagir fazendo a leitura dos códigos QR que acompanham as fotos, conhecendo o maior património que temos, que são as pessoas.