Abate de árvores na Praça não gera consenso

13/05/2020

O abate de árvores na Praça Luís Ribeiro, em S. João da Madeira, foi um dos temas que animaram a última reunião de Câmara Municipal, com a oposição a pedir satisfações ao executivo pela forma como as coisas foram feitas, sem aviso prévio e num ato que diz ter surpreendido toda a gente, inclusive “ a nós também”. Paulo Cavaleiro lembrou ainda que em simultâneo está a correr uma petição pública a pedir a suspensão do abate das árvores. Presidente da Câmara, Jorge Sequeira, assumiu a responsabilidade do ato, no entanto, garante que árvores “estavam em condições fitossanitárias não adequadas”.

Na última reunião de Câmara Municipal de S. João da Madeira um dos temas de maior destaque que esteve em discussão foram as obras de reabilitação da Praça Luís Ribeiro, e o consequente corte de todas as árvores do centro cívico. Este ato levou a coligação PSD/CDS-PP a questionar o presidente da Câmara sobre o porque da decisão, visto ela nunca ter sido anunciada pelo executivo, e ao mesmo tempo que corria uma petição a apelar à suspensão do abate das árvores, conforme o Terras Santa Maria já havia noticiado.

O vereador da oposição, Paulo Cavaleiro, aproveitou para referir que “a forma como se fazem as intervenções diz muito da maneira como respeitamos os eleitores”, lembrando ainda a divulgação de um vídeo por parte da autarquia, onde aparecem as árvores, que “de um momento para o outro foram cortadas”. Questionou ainda a existência de um estudo que o terá levado a tomar esta decisão, e porque é que o presidente não explicou à população por ter tomado esta iniciativa, especialmente por não estar prevista, “para acautelar outras questões”. Recuando no tempo, o vereador da oposição lembrou ainda que, durante a última intervenção na Praça, em que ele próprio tinha responsabilidade na matéria, ter andado de porta em porta a explicar aos comerciantes. “Eu penso que isso não aconteceu com este executivo”, afirmou. Em relação a estas árvores em concreto assegura que era possível fazer de maneira diferente. “Se as árvores tinham mesmo de ser retiradas, podia ser como fizemos aquando da construção do centro comercial 8ª avenida, que não derrubamos as árvores lá existentes, apenas as transplantamos”, lembrou. Sobre esta matéria recordou ainda o edil que já havia sido solicitado o corte de árvores em outros pontos da cidade, com abaixo-assinados, e “não me esqueço como o senhor se referia à defesa de cada árvore”.

Abate de plátanos na Praça Luís Ribeiro

Em resposta, Jorge Sequeira assumiu a responsabilidade pelo abate das árvores, mas afirma que “estavam em condições fitossanitárias não adequadas”, referindo ainda que “desde há 20 anos que vinham a ser alvo de podas inadequadas e agressivas, que amputaram o desenvolvimento natural destas árvores”. Justificando em certa medida a razão pelo corte das árvores. Mas, em complemento às razões da decisão do abate dos plátanos, argumenta ainda que uma das críticas que foi feita ao projeto é que “havia excesso de arborização”. E nesse sentido aproveitou para dizer que plantaram árvores em outros pontos do centro da cidade, dando a garantia de que “vamos passar a ter mais árvores no centro cívico da cidade, depois de concluído este projeto”, e assegurando ainda que “hoje temos mais árvores do que as que tínhamos há dois anos”. Perante a argumentação apresentada, Jorge Sequeira conclui que “o saldo em matéria de arborização será muito positivo”.

Como resposta às outras questões levantadas pela oposição, assegura que o que se vê no vídeo “não eram precisamente aquelas árvores, mas sim outras, pois a intenção do projeto é colocar lá novas árvores”. Outras das justificações dadas pelo edil, é que durante os últimos anos os titulares dos cafés ali existentes têm vindo a solicitar a substituição daquelas árvores por outras mais convenientes para a utilização das esplanadas. “Consideramos as árvores um bem essencial, mas quando causam perigo para a vida das pessoas, nós não hesitamos um momento que seja, em tomar as medidas necessárias para acautelar as suas vidas, e por isso, já em várias circunstâncias, nos vimos forçados, infelizmente, a abater árvores”, afirmou. “Sempre que as árvores podem ser transplantadas, nós fazemo-lo”, garantindo que neste caso da Praça Luís Ribeiro não era possível. Paulo Cavaleiro não tendo ficado muito convencido com a justificação, pediu o parecer técnico que afirma não ser possível a transplantação e reforçou a ideia de ser possível fazer as coisas de outra forma.

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